Fresquinho, freguês!
Um carapau, um carapauzinho
feliz a nadar
não tem um lar
onde se abrigar
Não tem uma cidade
nem uma bandeira
tem um mar imenso
sem leis nem infinito
Bússola não tem
leme nem contar
onde quer que ande
é o seu lugar
Vai de oeste a este
onde lhe apetece
vem do este ao oeste
sem ter GPS
Não tem cama e dorme
descansa a passear
são de água os sua cama
a almofada é a rocha
Não é estrela e ilumina
no fundo oceano
tem fato de mar
feito por cimento
O céu nunca viu
nunca viu as estrelas
um dia enganou-se:
comeu um fio de rede
No ar afogado
meio cansado
quando deu por si
estava no carro
Então o carapau
que mal nunca fez
ouviu a vendedora
fresquinho freguês.
Hugo Higino
(adaptado por Tiago Lopes, 3.º B, Abadias)