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Mistério no Museu


MISTÉRIO NO MUSEU

                Todos os anos, no dia da criança, o Museu  Municipal Santos Rocha, abria as suas portas para que todas as crianças o fossem visitar e realizar muitas atividades organizadas para a celebração do dia.


                O João e os seus amigos, todos os anos iam juntos neste dia visitar o museu, adoravam as atividades e os jogos que se podiam fazer dentro do museu, e este ano também estavam muito entusiasmados com a visita ao museu. Este ano havia no museu uma coleção de moedas muito antigas, e o João estava ansioso por ver moedas antigas, porque nunca tinha visto como eram.
                Muito cedo abriram as portas e foram muitas as crianças a entrar, e o João e os seus amigos também foram muito cedo, porque queriam aproveitar ao máximo o dia no museu. Quando entraram dentro do museu, depressa correram para a zona onde estavam as moedas de coleção, mas estava um grande alarido nessa zona, estavam dois seguranças e o diretor a falar e a afastar todas as crianças daquela zona. Mas, o que estaria acontecer, pensou o João! Que grande chatice, tanto entusiasmo para ver moedas antigas e alguma coisa, que ainda não tinha percebido o quê, estava atrasar esse momento!! O diretor, numa voz nervosa e irritada anunciou que alguém tinha roubado as moedas, e que por isso todos tinham que sair do museu, o dia da criança não ia ser celebrado, e que se iria averiguar, pois as moedas eram muito valiosas e teria que ter um castigo quem tivesse feito tal roubo!!
             
  As crianças estavam desiludidas e tristes, e o João estava muito desapontado, onde ia agora ele ver moedas antigas?? Mas, quem teria feito tal maldade, que estragou a celebração do dia da criança, deixando tantas crianças tristes. Que grande desilusão!!
                O João e os amigos, decidiram então ir brincar para as Abadias, já que a visita ao museu estava cancelada. Ao chegarem às Abadias, viram um senhor velhinho, com roupas sujas e rotas, a contar umas moedas, e chegaram-se para lhes dar o seu lanche, pois o senhor parecia estar com muita fome. Ao chegarem perto do velhinho, viram que estava a contar as moedas do museu... Ficaram furiosos, tinha sido ele o ladrão, e tinha sido ele que tinha destruído o dia da criança no museu.
Muito irritados, disseram ao velhinho, que ele era muito mau, e que iam denunciá-lo, porque roubar era muito feio. O velhinho, de olhos cheios de lágrimas, disse-lhes que tinha ouvido dizer que o museu ia abrir e que tinha uma coleção de moedas valiosa, e que já não se lembrava de comer, já não se lembrava de ter uma noite quente, e que por isso pensou que com aquelas moedas podia comprar comida e um cobertor quentinho, nunca quis acabar com a felicidade das crianças, e pensou que aquelas moedas não faziam falta. O João e os seus amigos, se por um lado estavam irritados, por outro lado sentiam pena, mas sabiam que roubar não era a solução, porque a mãe já lhes tinha ensinado que roubar era crime. Estavam perdidos, não sabiam o que fazer para ajudar o senhor velhinho, mas tinham que resolver aquela situação. O João pensou então na solução mais justa e correta, iriam com o senhor velhinho ao museu e iriam contar toda a verdade, era o correto! O velhinho de cabeça para baixo, aceitou contar a verdade, se fosse preso nem seria mau, pois teria comida e um cobertor pensava ele.
Chegaram ao museu, e pediram para falar com o diretor, todos juntos contaram a história e o diretor ouviu sempre com um ar muito irritado. No final de ouvir toda a história também o diretor ficou comovido, e sem saber o que fazer... As moedas já estavam no seu devido lugar, mas o que fazer ao senhor velhinho, qual o castigo que teria que ter ?? Ao fim de algum tempo a pensar, o diretor disse que já tinha a solução.
O diretor perguntou ao velhinho qual o seu nome, ao que ele respondeu baixinho e com vergonha : - “ Elias “, então o diretor disse lhe que o castigo dele seria ter que trabalhar todos os dias no museu, estavam a precisar de uma pessoa para trabalhar e o senhor Elias poderia fazer esse trabalho, e dessa maneira não precisava de roubar nada para poder comer.O diretor prometeu também tratar de um local onde o senhor Elias pudesse dormir, para não poder dormir ao frio. O senhor Elias chorou de alegria, e agradeceu a bondade do senhor diretor, já tinha deixado de acreditar na bondade dos homens, que o punham de parte e nunca lhe davam a mão. O João e os amigos, estavam radiantes de ter conseguido ajudar o senhor Elias, tinha feito uma coisa muito feia, mas foi verdadeiro, e mostrou que a verdade é sempre a melhor opção. Mas, o João continuava muito triste, porque aquele dia maravilhoso no museu, não tinha acontecido....

O diretor, teve uma brilhante ideia, no fim de semana seguinte, o museu iria reabrir as suas portas, para receber todas as crianças, o João e os amigos não podiam esconder a sua felicidade, estavam ansiosos pelo fim de semana.
No sábado de manhã bem cedo, muitas e muitas crianças esperavam a abertura do museu, à porta estava o diretor e um senhor muito simpático que brincava com cada criança que por ele passava, era o senhor Elias, já não parecia o senhor velhinho.... Parecia outra pessoa, o diretor deu lhe roupa nova e até o levou a cortar o cabelo, que bonito era afinal o senhor Elias, e que feliz estava!!

Foi um dia cheio de brincadeira e diversão, e o João e os seus amigos a partir desse dia iam sempre visitar o senhor Elias.


 


Simão Afonso Carvão
3ºB
Escola Básica das  Abadias
(elaborado para responder a um desafio lançado pelo Museu Municipal da Figueira da Foz)