As pedras
As pedras falam? Pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas dizem
uma história que não calam,
Debaixo dos nossos sapatos
ou dentro da nossa roupa
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?
As pedras cantam nos passeios,
Choram no meio da
cidade
Tremem de frio e de anseios
Quando a noite é fria e cheia
de maldade
Riem nos muros de
manhã,
no fundo do mar
se esquecem.
Umas partem como as gaivotas
E nem mais tarde regressam.
Brilham quando a chuva regressa.
Vestem-se de giestas
no monte
Em casa velha ou em fonte
Que saiba matar a sede.
Foi de três
pedras cinzentas
Que a faísca rebentou:
Uma germinou em areia
E a outra nos mares
ficou.
As pedras gritam?
Pois gritam.
Só as entende quem quer.
Que todas as pedras têm
Uma coisa para gritar.
Maria Alberta Menéres (adaptado por Tiago Caldeira)
As pedras
As pedras falam? Pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas entendem
uma história que não calam,
Debaixo dos nosso sapatos
ou dentro da nossa luva
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?
As pedras cantam nos oceano e rios,
Choram no meio de travessas
Tremem de frio e de susto
Quando a noite é fria e negra
Riem nos muros ao vento
no fundo do lago se
esquecem.
Umas partem como as andorinhas
E nem mais tarde regressam.
Brilhem quando a chuva chora
Vestem-se de folhas amarelas
Em casa velha ou em fonte
Que saiba matar a sede.
Foi de 3 pedras rijas
Que a faísca rebentou:
Uma germinou em fruto
E a outra nos mares nadou
As pedras conversam? Pois
Só as entende quem quer.
Que todas as cenas têm
Uma coisa para falar
Maria Alberta Menéres (adaptado por Tiago Lopes)